Na segunda-feira (17), o Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) reabriu o seu bromeliário após nove meses de fechamento para realizar reformas, que custaram cerca de R$ 179 mil. Dentre as melhorias efetuadas, destacam-se a recuperação do telhado e a reforma do gradil que circunda a unidade.
De acordo com o coordenador da Coleção Viva do JBRJ, Marcus Nadruz, o acervo contém 15.180 exemplares, sendo que foi constituído através de coletas realizadas por pesquisadores e expedições científicas do Jardim Botânico, bem como por outras instituições. Esta informação foi reportada à Agência Brasil.
“A gente costuma realizar expedições para fazer inventários de locais que têm poucos registros botânicos e acaba encontrando essas espécies, às vezes em flor, traz para a coleção, identifica e chega à conclusão que pode ser uma espécie ameaçada de extinção”.
A coleção científica é composta por 2.167 exemplares, ou indivíduos, que pertencem a 704 espécies diferentes. Dessas espécies, 96 estão em risco de extinção. Os exemplares foram coletados em vários biomas brasileiros, incluindo a Mata Atlântica e o Cerrado, e também foram obtidos em outros países da América do Sul e Central.
O foco principal é a preservação ex situ (fora do ambiente natural) de espécies endêmicas, raras ou ameaçadas de extinção. Isso tem contribuído para aumentar a coleção e elevar o status do Jardim Botânico do Rio a um centro de referência mundial na conservação da família Bromeliaceae.
Existem dois locais de cultivo para as bromélias, sendo eles a estufa Burle Marx, que é aberta para visitação e funciona como um bromeliário, e o Dimitri Sucre, que é um espaço fechado ao público e abriga a coleção científica. Muitas das plantas que estão em floração ou frutificação nessa coleção são frequentemente utilizadas como objeto de pesquisa. Algumas espécies que são consideradas novas para a ciência também são mantidas separadas para que seja possível acompanhar seu desenvolvimento e descrevê-las posteriormente para publicação. Outras espécies que chegam em condições ruins ficam em quarentena para serem recuperadas. O coordenador de Coleção Viva enfatizou a importância dessas práticas.
Marcus Nadruz relatou que várias espécies de bromélias podem ser encontradas em vários canteiros no arboreto, seja como plantas epífitas, que crescem em árvores e palmeiras, ou introduzidas a partir de excedentes clonais da coleção científica.
Nadruz afirmou que não haverá mudanças na visitação pública da estufa Burle Marx. Ele acrescentou que há sempre dois atendentes na estufa para guiar os visitantes e pedir que não toquem nas bromélias, mas a visitação é permitida normalmente. As visitas estão disponíveis todos os dias, exceto às quartas-feiras, quando o Jardim Botânico é fechado para manutenção, como remoção de galhos caídos e colmeias de abelhas.
Há mais de um século, uma coleção de bromélias é mantida no acervo do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, que foi coletada por antigos botânicos da instituição, como João Geraldo Kuhlmann, para fins de pesquisa. Em 1975, Raulino Reitz, então diretor da instituição e especialista em Bromeliaceae, estabeleceu o Bromeliário Ecológico do local e, na ocasião, foi criada a Sociedade Brasileira de Bromélias. Posteriormente, em 1996, a estufa Burle Marx foi inaugurada.
*Com informações da Agência Brasil e GovBr.