Brasileiros querem transporte público com menor preço, menos tempo de espera e maior segurança

Uma pesquisa recente conduzida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou insights valiosos sobre os fatores que poderiam incentivar os brasileiros não usuários de transporte público a adotarem essa modalidade nas grandes cidades. A pesquisa, que entrevistou 2.019 pessoas em cidades com mais de 250 mil habitantes em todas as 27 unidades federativas, identificou três principais impulsionadores para essa mudança.
Publicado por Alan Correa em Brasil dia 10/08/2023

Uma pesquisa recente conduzida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou insights valiosos sobre os fatores que poderiam incentivar os brasileiros não usuários de transporte público a adotarem essa modalidade nas grandes cidades. A pesquisa, que entrevistou 2.019 pessoas em cidades com mais de 250 mil habitantes em todas as 27 unidades federativas, identificou três principais impulsionadores para essa mudança.

A redução significativa no preço da tarifa (25%), a diminuição do tempo de espera (24%) e o aumento da segurança (20%) emergiram como os principais elementos capazes de convencer os não usuários a optar pelo transporte público. Além desses, os entrevistados também citaram a maior disponibilidade de linhas e trajetos, um ambiente interno mais confortável, a melhoria geral da qualidade dos veículos e a agilidade do transporte como possíveis estímulos para aderirem ao sistema.

Pesquisa da CNI Revela Principais Motivos que Levariam Não Usuários a Utilizar o Transporte Público em Grandes Cidades Brasileiras (Rovena Rosa/Agência Brasil)
Pesquisa da CNI Revela Principais Motivos que Levariam Não Usuários a Utilizar o Transporte Público em Grandes Cidades Brasileiras (Rovena Rosa/Agência Brasil)

A pesquisa revelou que, atualmente, a preferência diária de deslocamento recai sobre o carro, com 75% dos entrevistados utilizando esse meio. Em sequência, vêm a moto (60%) e a bicicleta (54%). O ônibus é o meio de transporte coletivo mais utilizado, com 50% das pessoas optando por ele diariamente ou quase todos os dias. Caronas e trens vêm logo em seguida, com 37%, seguidos por veículos fretados (30%), vans (29%), carros por aplicativo e metrô (ambos com 28%), táxis (25%) e, por fim, barcos (3%).

A pesquisa também destacou a importância da segurança para os ciclistas. Cerca de 39% dos entrevistados afirmaram que utilizariam mais a bicicleta se houvesse melhorias nas condições de segurança das vias. Além disso, o respeito dos motoristas em relação aos ciclistas (35%) e a expansão de ciclovias e ciclofaixas (27%) também se mostraram como fatores influentes na escolha do transporte.

Uma observação adicional da pesquisa focou na alta avaliação dos serviços de carros por aplicativo, que conquistaram a melhor avaliação entre todos os meios de transporte nas cidades. De acordo com os resultados, 64% dos usuários consideram esses serviços como bons ou ótimos, mais que o dobro da avaliação positiva dada aos táxis (30%). O metrô ficou em segundo lugar, com 58% de classificação ótima ou boa. Na sequência, aparecem trem (38%), táxi (30%) e ônibus (29%).

A pesquisa, encomendada pela CNI e conduzida pelo Instituto Pesquisa de Reputação e Imagem (IPRI) entre 1º e 5 de abril, apresenta uma margem de erro de 2 pontos percentuais e um intervalo de confiança de 95%.

Queda no Uso de Ônibus Urbano no Brasil Entre 2019 e 2022

O transporte público por meio de ônibus urbanos no Brasil registrou uma significativa queda de 24,4% na demanda entre 2019 e 2022, em grande parte devido à pandemia. Isso se traduz em uma média de quase 8 milhões de deslocamentos de passageiros a menos por dia durante esse período.

Os dados foram apresentados durante o lançamento do Anuário 2022-2023 da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) esta semana. O relatório inédito apontou um aumento de 12,1% na demanda (número de passageiros transportados) e de 10,3% na produtividade (número de passageiros transportados por quilômetro rodado) em 2022, em comparação com o ano anterior. Entretanto, mesmo com esse crescimento, o setor ainda não conseguiu atingir os patamares pré-pandemia.

*Com informações da Agência Brasil.

Alan Correa
Alan Correa
Sou jornalista desde 2014 (MTB: 0075964/SP), com foco em reportagens para jornais, blogs e sites de notícias. Escrevo com apuração rigorosa, clareza e compromisso com a informação. Apaixonado por tecnologia e carros.