A Azul anunciou uma reestruturação significativa que inclui o encerramento de operações em 13 cidades e o corte de 53 rotas. A medida, segundo a companhia, é parte de um esforço para reequilibrar suas finanças enquanto passa por um processo de recuperação judicial nos Estados Unidos iniciado em maio deste ano.
Embora a lista das localidades e rotas afetadas não tenha sido divulgada, a empresa indicou que concentrará seus voos em três hubs estratégicos: Viracopos, em Campinas, Confins, em Belo Horizonte, e Recife. Essa estratégia busca otimizar a conectividade e reduzir a necessidade de múltiplas conexões, priorizando operações de maior rentabilidade.

O plano prevê também a redução de aproximadamente um terço da frota da companhia, ajustando a oferta à demanda e visando melhorar os índices de ocupação. A meta estabelecida é alcançar uma taxa média de ocupação de 83% nos voos, o que, segundo a direção da Azul, contribuirá para aumentar a receita e equilibrar o fluxo de caixa.
Outra frente de atuação será a revisão da política de preços, com bilhetes ajustados para elevar a rentabilidade por assento. Ao mesmo tempo, a empresa reforçará receitas acessórias, como a cobrança pelo despacho de bagagens, buscando ampliar a margem operacional sem depender exclusivamente do aumento no volume de passageiros.
A experiência a bordo também deve passar por melhorias, segundo a Azul. A empresa promete investir em atendimento e serviços, de modo a manter a satisfação do cliente mesmo em um cenário de ajustes na malha e na frota. Esse ponto é visto internamente como estratégico para preservar a imagem e a fidelidade dos passageiros.
Para viabilizar essas mudanças, a Azul negocia um financiamento de US$ 1,6 bilhão. Os recursos devem ser usados para reduzir a dívida total em mais de US$ 2 bilhões, oferecendo à companhia maior fôlego para executar as demais etapas do plano de recuperação.
A expectativa da empresa é encerrar o processo de recuperação judicial até fevereiro de 2026, alcançando uma situação financeira mais estável. Com a reorganização operacional e a redução da dívida, a Azul acredita poder sustentar um modelo de negócios mais enxuto e resiliente para enfrentar as pressões do mercado aéreo.
