Um Boeing 757 sem identificação externa despertou atenção ao aterrissar no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, na tarde desta terça-feira. O avião, pertencente à Força Aérea dos Estados Unidos, é conhecido no meio militar como C-32B, uma versão adaptada do Boeing 757-200 para missões especiais, e historicamente está ligado a operações da CIA.
A aeronave chegou à capital gaúcha às 17h13, vinda de Nova Jersey, após escalas em Tampa, na Flórida, e em San Juan, em Porto Rico. Segundo apuração, transportava funcionários do consulado americano em Porto Alegre. Apesar disso, a natureza da missão não foi confirmada oficialmente pelas autoridades americanas ou brasileiras.

A ausência de identificação visível na fuselagem branca reforça a aura de sigilo em torno do voo. Diferentemente do C-32A, utilizado para transportar líderes políticos da Casa Branca, o C-32B é operado pelo 150º Esquadrão de Operações Especiais da Força Aérea dos EUA, baseado em Nova Jersey. Sua função é levar rapidamente diplomatas, militares de elite e agentes de inteligência a locais de crise.
Apelidado de “Gatekeeper” (“Porteiro”), o modelo já foi mobilizado em eventos de impacto internacional, como a explosão no porto de Beirute em 2020 e até em ocasiões de grande visibilidade, como os Jogos Olímpicos. A configuração inclui sistemas avançados de comunicação, sensores de longo alcance e capacidade de reabastecimento em voo, garantindo autonomia em missões de alto risco.
Após desembarcar os funcionários do consulado, a aeronave deixou Porto Alegre às 19h52, seguindo para o Aeroporto Internacional de São Paulo. O trajeto foi monitorado por plataformas de rastreamento aéreo e se tornou rapidamente um dos assuntos mais comentados entre entusiastas da aviação.
A presença desse tipo de avião em território brasileiro é considerada rara. Esses voos geralmente ocorrem em cenários de emergência ou em operações sensíveis de caráter diplomático e militar, o que explica a atenção gerada.
Até o momento, não houve declaração oficial sobre o motivo da vinda da aeronave. No entanto, a passagem do C-32B pelo Brasil reforça o papel da aviação militar americana em movimentações discretas pelo mundo e o impacto simbólico que episódios como esse têm na relação bilateral entre os dois países.
Fonte: Oglobo.
