Aluna de 15 anos do Mackenzie é internada após supostamente sofrer bullying, racismo e homofobia

O drama de uma aluna do nono ano do colégio Mackenzie ganhou atenção após ela ser encontrada desacordada no banheiro da escola. A jovem, de 15 anos, vinha relatando à família episódios recorrentes de racismo, bullying e homofobia. A mãe afirma que buscou apoio junto à direção antes de recorrer à Justiça. A escola confirma o atendimento médico, diz investigar os fatos e nega omissão. A estudante permanece internada sob cuidados psicológicos.
Publicado por Alan Correa em Educação dia 6/05/2025

A rotina escolar de uma adolescente de 15 anos virou manchete após um episódio crítico dentro do tradicional colégio Mackenzie, em São Paulo. A aluna foi encontrada desacordada dentro da escola, no dia 29 de abril, e levada por uma ambulância da própria instituição até a Santa Casa de Misericórdia. O caso foi confirmado pela direção da escola, que afirmou ter prestado atendimento imediato.

Pontos Principais:

  • Estudante de 15 anos foi encontrada desacordada no banheiro do colégio.
  • Família denuncia meses de racismo, homofobia e bullying dentro da escola.
  • Colégio Mackenzie afirma ter prestado socorro e acompanha o caso.
  • Defesa da aluna acusa a instituição de omissão e exige custeio do tratamento.

Segundo a advogada da família, Réa Sylvia, a jovem — bolsista do nono ano — sofreu diversas formas de violência ao longo de meses, incluindo racismo, homofobia e bullying. Um dos episódios relatados é o de uma coação ocorrida no banheiro da escola, onde foi forçada a beijar outro aluno. O ato teria sido filmado por colegas e usado como ameaça de exposição.

Uma estudante de 15 anos foi encontrada desacordada no banheiro do colégio Mackenzie. A família denuncia meses de racismo, bullying e homofobia sem resposta da escola.
Uma estudante de 15 anos foi encontrada desacordada no banheiro do colégio Mackenzie. A família denuncia meses de racismo, bullying e homofobia sem resposta da escola.

Além disso, foram registrados insultos racistas e homofóbicos por parte de outros alunos. A estudante era chamada de “cigarro queimado”, ouvia que deveria “voltar para a África” e era ridicularizada por não ter um namorado, sendo rotulada como “lésbica preta”. A mãe afirma que, mesmo relatando os fatos à direção em diversas ocasiões, não houve providência concreta até a judicialização do caso.

A defesa afirma que a adolescente será transferida para o Centro de Atenção Psicossocial de Santana, o que revoltou familiares. Eles alegam que o colégio deveria custear o tratamento e criticam o deslocamento para a rede pública após a omissão da instituição privada.

Um boletim de ocorrência foi registrado tanto pela família quanto pelo colégio. A defesa da jovem afirma que a escola reconheceu que os eventos ocorreram dentro das dependências da unidade. Já a nota oficial da escola tenta minimizar o impacto, alegando que não é possível afirmar as causas do episódio e que a investigação está em andamento.

O Mackenzie declarou que a aluna sempre foi acompanhada por psicóloga e orientação pedagógica da escola, e que a equipe continua prestando suporte. A instituição também diz que está comprometida com o sigilo e respeito às partes envolvidas, rechaçando especulações públicas.

O caso levanta debates sobre o papel das instituições de ensino no enfrentamento de violências estruturais e simbólicas dentro do ambiente escolar. A ausência de ações efetivas diante de denúncias recorrentes coloca em xeque o compromisso educacional com a proteção e o acolhimento dos alunos.

Fonte: Metropoles e Cbn.

Alan Correa
Alan Correa
Sou jornalista desde 2014 (MTB: 0075964/SP), com foco em reportagens para jornais, blogs e sites de notícias. Escrevo com apuração rigorosa, clareza e compromisso com a informação. Apaixonado por tecnologia e carros.