A rotina escolar de uma adolescente de 15 anos virou manchete após um episódio crítico dentro do tradicional colégio Mackenzie, em São Paulo. A aluna foi encontrada desacordada dentro da escola, no dia 29 de abril, e levada por uma ambulância da própria instituição até a Santa Casa de Misericórdia. O caso foi confirmado pela direção da escola, que afirmou ter prestado atendimento imediato.
Pontos Principais:
Segundo a advogada da família, Réa Sylvia, a jovem — bolsista do nono ano — sofreu diversas formas de violência ao longo de meses, incluindo racismo, homofobia e bullying. Um dos episódios relatados é o de uma coação ocorrida no banheiro da escola, onde foi forçada a beijar outro aluno. O ato teria sido filmado por colegas e usado como ameaça de exposição.

Além disso, foram registrados insultos racistas e homofóbicos por parte de outros alunos. A estudante era chamada de “cigarro queimado”, ouvia que deveria “voltar para a África” e era ridicularizada por não ter um namorado, sendo rotulada como “lésbica preta”. A mãe afirma que, mesmo relatando os fatos à direção em diversas ocasiões, não houve providência concreta até a judicialização do caso.
A defesa afirma que a adolescente será transferida para o Centro de Atenção Psicossocial de Santana, o que revoltou familiares. Eles alegam que o colégio deveria custear o tratamento e criticam o deslocamento para a rede pública após a omissão da instituição privada.
Um boletim de ocorrência foi registrado tanto pela família quanto pelo colégio. A defesa da jovem afirma que a escola reconheceu que os eventos ocorreram dentro das dependências da unidade. Já a nota oficial da escola tenta minimizar o impacto, alegando que não é possível afirmar as causas do episódio e que a investigação está em andamento.
O Mackenzie declarou que a aluna sempre foi acompanhada por psicóloga e orientação pedagógica da escola, e que a equipe continua prestando suporte. A instituição também diz que está comprometida com o sigilo e respeito às partes envolvidas, rechaçando especulações públicas.
O caso levanta debates sobre o papel das instituições de ensino no enfrentamento de violências estruturais e simbólicas dentro do ambiente escolar. A ausência de ações efetivas diante de denúncias recorrentes coloca em xeque o compromisso educacional com a proteção e o acolhimento dos alunos.
Fonte: Metropoles e Cbn.
