Alexandre de Moraes determina prisão de Collor

Era apenas questão de tempo. Condenado em 2023 por receber R$ 20 milhões em propina da UTC, Fernando Collor teve sua prisão decretada por Alexandre de Moraes. A ordem deve ser cumprida antes mesmo de referendo do plenário, previsto para esta sexta. A decisão reforça a atuação do STF contra crimes envolvendo a BR Distribuidora e marca um novo capítulo na trajetória do ex-presidente.
Publicado por Alan Correa em Política dia 24/04/2025

A decisão veio com o peso da caneta de Alexandre de Moraes. Nesta quinta-feira (24), o ministro do Supremo Tribunal Federal determinou a prisão do ex-presidente da República Fernando Collor de Mello, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no esquema da BR Distribuidora.

Pontos Principais:

  • Alexandre de Moraes determinou prisão imediata de Fernando Collor.
  • Ex-presidente foi condenado por corrupção na BR Distribuidora.
  • Collor recebeu R$ 20 milhões em propinas da UTC Engenharia.
  • STF realizará sessão virtual para referendar decisão nesta sexta-feira.

O caso remonta a 2023, quando o STF concluiu que Collor recebeu ao menos R$ 20 milhões em propinas da UTC Engenharia, em troca de favorecimento em contratos com a estatal. A condenação foi fixada em 8 anos e 10 meses de prisão em regime fechado, mas a prisão ainda aguardava execução.

Fernando Collor, ex-presidente, teve a prisão decretada por Alexandre de Moraes nesta quinta, 24. A decisão surpreendeu Brasília e já tem efeitos imediatos. - Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
Fernando Collor, ex-presidente, teve a prisão decretada por Alexandre de Moraes nesta quinta, 24. A decisão surpreendeu Brasília e já tem efeitos imediatos. – Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

Desta vez, Moraes decidiu não esperar. Ele determinou o cumprimento imediato da pena, mesmo antes da formalização do referendo do plenário. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, foi instado a convocar uma sessão extraordinária virtual, marcada para esta sexta-feira, entre 11h e 23h59.

A medida sinaliza uma guinada no ritmo de execução das decisões do Supremo, especialmente em processos penais envolvendo políticos com trajetória consolidada. Para juristas, a decisão demonstra endurecimento da Corte em relação à execução das penas definitivas.

Fernando Collor de Mello, que governou o Brasil entre 1990 e 1992, renunciou à presidência às vésperas de um processo de impeachment. Retornou à vida pública como senador, posição que ocupou por Alagoas até 2023, quando foi condenado pelo STF.

Desde então, a defesa de Collor tentou reverter a pena e atrasar a execução. Alegações de prescrição e nulidades processuais foram rejeitadas. Moraes entendeu que não havia mais margem para protelação e que a ordem de prisão era compatível com a decisão colegiada do Supremo.

A sessão do plenário pode ainda modificar os termos da execução, mas isso não impedirá a prisão imediata. Segundo especialistas, a jurisprudência do STF permite a efetivação da pena mesmo antes do referendo, quando há decisão já formalizada pelo relator.

A prisão de um ex-presidente marca mais um momento de tensão entre os poderes e reforça a atuação do Judiciário em casos de corrupção de alta complexidade. Collor deve ser recolhido nos próximos dias, em cumprimento à ordem de Moraes.

Fonte: Veja e G1.

Alan Correa
Alan Correa
Sou jornalista desde 2014 (MTB: 0075964/SP), com foco em reportagens para jornais, blogs e sites de notícias. Escrevo com apuração rigorosa, clareza e compromisso com a informação. Apaixonado por tecnologia e carros.