Em um comunicado à imprensa, o músico canadense Robbie Robertson, destacado líder da icônica banda de rock The Band e colaborador frequente de notáveis como Bob Dylan e o diretor Martin Scorsese, foi confirmado como falecido nesta quarta-feira (9), aos 80 anos.
A notícia foi anunciada pelo gerente de carreira do artista, lançando um lamento sobre sua passagem. Enquanto a causa do falecimento permanece não divulgada, o comunicado indica que Robertson faleceu após enfrentar uma prolongada batalha contra uma doença.
Assumindo os papéis de vocalista e guitarrista da banda, Robertson liderou o The Band ao longo de sua breve década de existência, da última etapa dos anos 1970 ao encerramento dos anos 1980. Durante esse período, a banda desempenhou um papel crucial na transformação do panorama musical nos Estados Unidos, habilmente amalgamando elementos tradicionais da música nacional com a ampla onda da psicodelia.
O impacto do álbum inaugural do The Band, intitulado “Music From Big Pink” e lançado em 1968, ecoou profundamente na esfera musical, influenciando artistas de renome como Eric Clapton e até os próprios Beatles. Clapton encontrou inspiração para dissolver a banda Cream, enquanto a icônica banda britânica incorporou as referências do álbum em sua criação “Let It Be”. É interessante observar que “Music From Big Pink” também desempenhou um papel inspirador para artistas em ascensão, como Elton John e seu coautor Bernie Taupin.
À frente do The Band, Robertson emergiu como principal compositor e desempenhou um papel fundamental em auxiliar os colegas de banda em sua luta contra o abuso de substâncias. Sucessos atemporais como “Up on Cripple Creek”, “The Night They Drove Old Dixie Down” e “Stage Fright” trazem a assinatura musical distintiva de Robertson.
Além disso, foi sob sua liderança que o The Band se dissolveu em 1976, culminando no notório “O Último Concerto de Rock”, um documentário de 1978 meticulosamente dirigido por Martin Scorsese.
Nascido em julho de 1943, Robertson abandonou seus estudos para embarcar em uma jornada musical ao lado de várias bandas no Canadá. Essa jornada o levou a trabalhar com a banda de apoio de Ronnie Hawkins, um ícone do rockabilly, onde ele cruzou caminhos com músicos que mais tarde comporiam a primeira encarnação do The Band: Levon Helm, Richard Manuel, Garth Hudson e Rick Danko.
Entretanto, antes de sua passagem pelo The Band, Robbie Robertson já havia estabelecido uma colaboração com Bob Dylan. Não apenas participou da turnê mundial do cantor folk entre 1965 e 1966, mas também contribuiu significativamente para o álbum “Blonde on Blonde”, desempenhando um papel crucial na formação da banda de apoio de Dylan para suas apresentações ao vivo.
Após o encerramento das atividades do The Band, Robertson encontrou uma parceria artística duradoura com o renomado cineasta Martin Scorsese. A década de 1980 marcou o início de sua colaboração, vendo Robertson desempenhar papéis multifacetados como compositor, supervisor musical e produtor musical em uma série de filmes notáveis de Scorsese.
Seu impressionante trabalho musical pode ser apreciado em obras como “O Rei da Comédia” (1982), “Casino” (1995), “Gangues de Nova York” (2002) e “O Lobo de Wall Street” (2013). Além disso, Robertson assina as trilhas sonoras dos dois mais recentes filmes de ficção de Scorsese: “O Irlandês” (2019) e o aguardado “Assassinos da Lua das Flores”, com lançamento previsto para outubro deste ano.
O legado de Robbie Robertson perdurará, enquanto ele deixa para trás sua esposa, três filhos e cinco netos. Sua influência duradoura na música e no cinema ecoará por gerações vindouras.
*Com informações do R7, G1 e RollingStone.