Neste domingo, 13 de agosto, o renomado historiador brasileiro José Murilo de Carvalho, detentor da cadeira número 5 na Academia Brasileira de Letras (ABL), veio a falecer aos 83 anos. A triste notícia foi confirmada pela instituição, que relatou que o falecimento ocorreu devido a complicações da COVID-19 enquanto o historiador estava internado no Hospital Samaritano.
José Murilo de Carvalho, um prolífico autor com 19 obras notáveis, ganhou reconhecimento com títulos como “A Formação das Almas”, “A Cidadania no Brasil” e “Os Bestializados”. Ele se juntou à ABL em 2004 e também era membro da Academia Brasileira de Ciências. Sua partida deixa um vazio na comunidade acadêmica e literária.
O velório do historiador está programado para acontecer na sede da ABL, a partir das 9h da manhã desta segunda-feira, 14 de agosto. O enterro ocorrerá às 13h no Mausoléu da academia, localizado no Cemitério São João Batista. José Murilo de Carvalho deixa para trás seu filho, Jonas Lousada de Carvalho.
A Academia Brasileira de Letras, em uma nota de pesar, destacou a grandiosidade de José Murilo de Carvalho como um dos principais historiadores e intelectuais do Brasil. Graduado em sociologia e política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ele obteve seu mestrado em ciência política pela Universidade de Stanford, Califórnia, onde defendeu uma tese sobre o Império Brasileiro.
Além de suas contribuições acadêmicas, José Murilo de Carvalho também teve um percurso internacional notável. Ele lecionou e conduziu pesquisas em diversas instituições de prestígio, como as universidades de Oxford, Leiden, Stanford, Irvine, Londres, Notre Dame, o Instituto de Estudos Avançados de Princeton e a Fundação Ortega y Gasset em Madri. Foi honrado como professor emérito da UFRJ e pesquisador emérito do CNPq.
Merval Pereira, presidente da ABL, expressou seu pesar pelo falecimento do historiador, descrevendo-o como alguém que decifrou o passado do Brasil desde os tempos imperiais e, a partir desse profundo entendimento, analisou com maestria a política contemporânea, fornecendo uma perspectiva histórica que permitia vislumbrar o futuro. Pereira enfatizou que a perda não afeta apenas a ABL, mas reverbera profundamente na cultura brasileira como um todo.
*Com informações da Agência Brasil.