Já imaginou um mel com propriedades do guaraná? Ele tem os benefícios do produto tradicional com essa incrível novidade.
Os produtores de guaraná de Maués (AM) descobriram um mel diferente, feito a partir das abelhas que polinizam a flor do guaraná. Quem consome o produto experimenta o mesmo efeito estimulante encontrado no fruto.
E o produto que antes não despertava o interesse dos produtores da região, hoje gera renda, medicina natural e a preservação do meio ambiente.
Os apicultores de Maués no Amazonas descobriram esse mel feito a partir do pólen da flor do guaraná e quem consome o produto experimenta o mesmo efeito estimulante encontrado no fruto.
É nas águas do rio Pariquera que Zico e a esposa lavam o guaraná colhido, bem ao lado na pequena propriedade de três hectares, perto da propriedade de Zico os produtores de guaraná começaram a perceber um produto diferente derivado também da fruta amazônica o mel feito por abelhas que polinizam as flores das plantações.
“A gente percebeu a atividade delas nas plantas, a Embrapa veio fez uma parceria com vários outros meliponicultores, aí parceiros nossos também de Maués, a gente fez um levantamento, um estudo piloto que mostrou já alguns princípios, como a cafeína, algumas propriedades medicinais que a gente já imaginava que teria, que agora a gente vem comprovando. Essas propriedades desse mel é muito diferenciado, porque ele vem com algumas propriedades da medicinais do próprio flor do guaraná”, explicou.
“O mel que antes não despertava tanto interesse das pessoas que moram aqui, nesse trabalho a gente ia na mata a gente achava as abelhas e ia extrair o mel, mas a gente deixava ela por lá mesmo, assim que nem abandonado, hoje não, a gente quando acha algumas abelhas, já vai lá já pega a caixa e começa a fazer a própria cria para botar no guaraná, para ela polinizar a flor do guaraná e umas outras flores. Isso ajuda na preservação das abelhas, a natureza e os produtores se beneficiam”, explicou.
Meliponicultura é a criação racional de abelhas sem ferrão, especialmente das tribos meliponini e trigonini. Na meliponicultura, as colméias são organizadas em Meliponários e era praticada há muito tempo pelos povos nativos da América Latina, em especial aqueles do Brasil e México.
Os objetivos da meliponicultura estão na produção e comercialização de colméias (ou parte delas), mel, pólen, resinas, própolis e outros substratos como atrativos e ninho-iscas, além das abelhas serem os principais agentes da polinização e a conservação da biodiversidade, ou simplesmente a proteção das espécies contra a extinção. Os povos indígenas já manuseavam as abelhas sem ferrão e utilizavam o seu mel para diversos tratamentos de saúde, como a catarata.
No Brasil há 240 espécies de abelhas silvestres sem ferrão, muitas delas com características específicas e propícias para o desenvolvimento agroecológico sustentável. Os seres humanos possuem uma relação de esclavagismo interespecífico com as abelhas sem ferrão, se aproveitando do trabalho desempenhado pelas colônias.