Quando se falam de forças especiais do exército, é inevitável pensar nos famosos atiradores de elite, ou “Snipers” como são conhecidos popularmente. Nesse dia 20 de agosto, presenciamos a notória ação de um desses atiradores ao executar o sequestrador do ônibus que passava pela ponte Rio-Niterói.
E aos nos depararmos novamente com a ação desses atiradores especializados, logo nos vem a cabeça como deve ser toda a preparação dos mesmos, suas táticas, e, principalmente, a tecnologia que os mesmos utilizam.
O termo “sniper” surgiu durante a Guerra Civil nos EUA após o exército sulista convocar caçadores para guerrearem. Porém esses caçadores eram muito ágeis e com uma precisão incrível pois geralmente caçavam animais muito rápidos, animais esses que recebiam o nome de “snipe”.
Hoje, os snipers são praticamente uma unanimidade em todos os exércitos de todo o mundo. Sua precisão no tiro, a rapidez na tomada de decisões cruciais e a frieza para executar tais ações são de extrema importância para com que tudo ocorra bem.
Para poderem acertar alvos a longas distâncias, são necessárias armas específicas que contenham uma mira e um tiro fatal quando acertado. Por isso, armas como M-21 ou M-40A3 são as preferidas nessas ocasiões. Vale lembrar que são recomendadas armas que pesem mais de 5 kg para que o recuo não seja tão intenso.
Mas para atuarem com armas tão poderosas e tomarem decisões tão precisas, é necessário passar antes por um treinamento um tanto quanto rigoroso. Diversos testes físicos, psicológicos, de decisões rápidas e de tiro serão executados para que, assim, possa começar a aprender como adentrar na função. Para se ter ideia, no BOPE para ser considerado um atirador de elite, são necessários 5 anos de treinamentos de quatro horas diárias.
A atuação dos snipers depende muito da função para qual os mesmos são designados. Geralmente, os mesmos atuam em conjunto com os negociadores e com a equipe tática em ocasiões de sequestros. Além disso, também vale ressaltar que os atiradores de elite são responsáveis por serem os olhos da equipe, informar todas as situações que estão observando e o mais importante: Decidir quando é o momento ideal de agir.
De acordo com o ex-atirador da Seal (marinha americana) Chris Sajnog, “Quando estamos prestes a atirar, é preciso ponderar muitas decisões em frações de segundo. É um momento solitário, não tem ninguém para nos ajudar e se cometermos um único erro, ou se o inimigo disser que cometemos um erro, haverá muitas pessoas querendo mandar você para a prisão.”
Por aqui no Brasil, os snipers atuam em funções como ocorrências com reféns, em operações em favelas, rebeliões em presídios, e quando é necessário fazer reforço para proteger autoridades em grandes eventos oficiais.
Ser um sniper envolve muito mais do que ser apenas um bom atirador. É necessário que se tenha um controle psicológico para não atirar logo de primeira, identificar o momento certo de agir (caso necessário) e também garantir a segurança tanto dos reféns quanto de seus parceiros.
Embora as técnicas de camuflagem sejam excelentes, a precisão incrível e o controle emocional extremamente forte, nem tudo é perfeito. Isso ficou claro aqui no Brasil em 2000 com o sequestro do ônibus 174, onde um atirador de elite errou o alvo e acertou a refém que era utilizada como escudo humano, fazendo com que o som do tiro desencadeasse um tiro do sequestrador na própria refém. Após esse incidente, todo o processo de treinamento se tornou mais rigoroso tanto na precisão quanto no psicológico dos atiradores.
Ficou curioso para saber mais da história de um grande atirador? Se tiver tempo disponível, assista o filme “Sniper Americano” com Bradley Cooper interpretando Chris Kyle, o maior atirador de elite da história dos EUA com 160 mortes confirmadas.