Você sabia que a Rússia foi considerada o quinto país com o maior número de bilionários do mundo? Tal pesquisa, realizada pela Forbes em 2021, surpreendeu algumas pessoas devido ao recente passado comunista do país, conhecido anteriormente como União Soviética (URSS).
Uma mudança tão radical assim exigiu mudanças extremamente radicais em todo o país. Mas afinal,você sabe como ocorreu essa transição de modelo econômico desde o ano de 1991, ano do fim da União Soviética, até os dias atuais? Hoje iremos te mostrar o processo adotado pela Rússia para se tornar novamente uma das maiores potências econômicas do mundo em apenas algumas décadas.

O ano de 1991 marcou o fim da União Soviética e com isso, o fim da era comunista no país, sendo o começo da transição para a Rússia que conhecemos hoje. Depois do colapso da URSS, as empresas que antes pertenciam ao Estado passaram a ser privadas, e foi assim que a Rússia deu início ao seu novo sistema econômico, chamado por especialistas de “Capitalismo de Camaradas”.

A privatização das empresas russas não foi apenas uma estratégia para colocar um fim no bolchevismo, mas também um esquema de corrupção. Desde 1991 até os dias atuais, dois políticos principais assumiram a presidência do país: Boris Yeltsin (1991 a 1999) e Vladimir Putin (a partir de 2000), excluindo a parte em que Dimitri Medvedev assumiu (entre 2008 a 2012). Tais presidentes foram de extrema importância para o sistema de privatização das empresas.
A primeira fase do esquema de camaradas se iniciou no governo de Yeltsin, quando o mesmo tomou a iniciativa de privatização de empresas e as vendeu por preços baixíssimos para alguns magnatas bem relacionados, transformando-as em oligopólios controlados por mandatários, ou seja, eram todas comandadas pelo governo já que os donos realizavam favores em troca de benefícios. Tal ação gerou fortes suspeitas de corrupção.
A segunda fase foi dirigida por Putin através de contratos com o Estado. Nesta negociação, empresas privadas de infraestrutura, saúde e defesa vendiam seus serviços ao governo a preços altíssimos em troca de propinas aos funcionários que realizarem a transação.
Por este motivo a economia na Rússia foi nomeada de “Capitalismo de Camaradas” por especialistas, visto que o modelo pretende privilegiar poucas pessoas (mandatários) a fim de benefício próprio. Tal exemplo é muito semelhante ao de governos que possuem economias fascistas, onde o Estado e algumas indústrias colaboram entre si.
De acordo com especialistas, este esquema de corrupção funciona da seguinte forma: os oligarcas não têm o direito de se envolverem em assuntos políticos assim como o Kremlin não possui o direito de se envolver nos assuntos dos magnatas.

Como a maioria já deve saber, a concorrência alimenta o mercado, ou seja, quanto mais houver concorrência dentro de algum setor econômico, maiores serão suas evoluções. Isto porque toda empresa/indústria procura se sobressair perante seus concorrentes, e a melhor forma de fazer isso é a partir de investimentos voltados ao desenvolvimento e melhoria das mesmas.
Na Rússia, graças a esse sistema de falsa privatização, não existe concorrência direta entre as empresas, visto que o governo protegeu muitas delas, e como resultado, nenhuma delas se desenvolveu como deveria, tornando-se fracas em produção e tecnologia.
O professor Sieglel afirma que um dos grandes problemas da Rússia é a falta de diversidade de novos produtos e inovações tecnológicas, e isso se deve principalmente à escassez de incentivos para isso. Esta é a maior diferença deste país para os outros países capitalistas (como os Estados Unidos).
*Com informações da BBC, G1 e Wikipédia.
