84% dos recifes de coral do mundo já sofrem no maior branqueamento da história

O aquecimento dos oceanos desencadeou o maior evento de branqueamento de corais da história. Já são 84% dos recifes afetados, o que ameaça espécies, sustento de comunidades e o equilíbrio do ecossistema marinho.
Publicado por Alan Correa em Ciência dia 24/04/2025

O mundo vive um colapso silencioso debaixo d’água. Recifes de coral, que sustentam cerca de um quarto da vida marinha, estão branqueando em massa. Segundo a Iniciativa Internacional para os Recifes de Coral (ICRI), 84% deles já foram afetados, tornando este o pior evento de branqueamento já registrado na história moderna.

Pontos Principais:

  • 84% dos recifes do mundo estão afetados por branqueamento severo.
  • Aquecimento dos oceanos atinge níveis recordes e ameaça a vida marinha.
  • Corais sustentam biodiversidade e protegem regiões costeiras.
  • Redução das emissões de carbono é vital para evitar o colapso total.

O fenômeno começou em 2023 e vem se intensificando à medida que os oceanos absorvem o calor recorde da atmosfera. A média da temperatura da superfície do mar chegou a 20,87°C em 2024, excluindo as regiões polares. Para os corais, essas condições são fatais, pois causam o estresse térmico que leva ao branqueamento.

O planeta enfrenta seu pior evento de branqueamento de corais já registrado, iniciado em 2023 e sem previsão de término.
O planeta enfrenta seu pior evento de branqueamento de corais já registrado, iniciado em 2023 e sem previsão de término.

Os corais adquirem sua cor e nutrientes de algas microscópicas que vivem em simbiose com eles. Com o aumento da temperatura, essas algas se tornam tóxicas e são expulsas, deixando os corais brancos, vulneráveis e muitas vezes condenados à morte. A perda desses organismos afeta não apenas a biodiversidade, mas também milhões de pessoas que dependem deles.

Corais atuam como barreiras naturais contra tempestades e erosões, atraem turismo e sustentam a pesca em comunidades costeiras. A destruição desses recifes pode ter impactos devastadores para economias locais e sistemas ecológicos globais. A situação é tão crítica que a NOAA precisou ampliar sua escala de alerta de branqueamento.

Projetos de restauração estão em curso em regiões como Seychelles, Caribe e Flórida. Cientistas tentam salvar corais com técnicas como cultivo em cativeiro e reintrodução ao ambiente natural. Apesar disso, essas ações ainda são pequenas frente à magnitude da crise ambiental que se desenha.

A principal causa é clara: o aquecimento global impulsionado pelas emissões de gases do efeito estufa. Segundo os especialistas, nenhuma solução será eficaz sem uma redução drástica no uso de combustíveis fósseis. Governos que enfraquecem políticas ambientais contribuem para a destruição desses ecossistemas.

Para os cientistas, a perda dos recifes de coral é um alerta planetário. “A inação é o beijo da morte para os recifes”, afirmou Melanie McField. A recuperação depende diretamente de escolhas políticas e ações coletivas que priorizem a vida no planeta — acima de interesses econômicos imediatos.

Fonte: Veja, Msn e G1.

Alan Correa
Alan Correa
Sou jornalista desde 2014 (MTB: 0075964/SP), com foco em reportagens para jornais, blogs e sites de notícias. Escrevo com apuração rigorosa, clareza e compromisso com a informação. Apaixonado por tecnologia e carros.