Ex-Diretor da PRF Preso: Detalhes da Operação de Interferência nas Eleições

Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), foi detido preventivamente nesta quarta-feira (9) em decorrência de uma investigação sobre suposta interferência no segundo turno das eleições de 2022. A prisão ocorreu na cidade de Florianópolis e foi conduzida mediante mandados autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Publicado em Notícias dia 9/08/2023 por Alan Corrêa

Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), foi detido preventivamente nesta quarta-feira (9) em decorrência de uma investigação sobre suposta interferência no segundo turno das eleições de 2022. A prisão ocorreu na cidade de Florianópolis e foi conduzida mediante mandados autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

No dia 30 de outubro, durante o segundo turno das eleições, foram realizadas blitze pela PRF que supostamente tiveram impacto na movimentação de eleitores, especialmente na região Nordeste, onde as pesquisas indicavam uma vantagem do candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Lula, sobre Jair Bolsonaro, do Partido Liberal (PL).

Ex-diretor-geral da PRF Silvinei Vasques na CPMI do 8 de Janeiro (Foto Lula Marques/ Agência Brasil)
Ex-diretor-geral da PRF Silvinei Vasques na CPMI do 8 de Janeiro (Foto Lula Marques/ Agência Brasil)

Na véspera do segundo turno, Vasques, então diretor-geral da PRF, expressou publicamente seu apoio ao candidato Jair Bolsonaro. Nesse contexto, ele agora enfrenta acusações de improbidade administrativa relacionadas a esse incidente.

No dia do segundo turno, o ministro Alexandre de Moraes emitiu uma ordem para a suspensão imediata das operações de fiscalização, ameaçando Vasques com prisão caso a determinação fosse descumprida. No entanto, a PRF teria desrespeitado essa ordem, o que levou à subsequente prisão preventiva de Vasques.

Tanto o portal G1 quanto a TV Globo buscam entrar em contato com a defesa de Silvinei Vasques para obter comentários sobre os recentes desenvolvimentos. Vale destacar que Vasques já havia prestado depoimento perante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Golpistas em junho, negando qualquer irregularidade nas ações da PRF durante o período em questão.

Além da prisão de Vasques, a operação, denominada “Constituição Cidadã”, está resultando na execução de 10 mandados de busca e apreensão em diferentes localidades, incluindo Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Santa Catarina e Rio Grande do Norte. Os alvos são diretores da PRF que estiveram sob a gestão de Vasques. Importante notar que não há mandados de prisão contra esses indivíduos.

Dentre os nomes destacados na investigação estão:

  • Luis Carlos Reischak, ex-diretor de Inteligência da PRF;
  • Rodrigo Hoppe, ex-diretor de Inteligência Substituto da PRF;
  • Wendel Benevides, ex-corregedor-geral da PRF;
  • Bruno Nonato, ex-integrante da PRF e atualmente na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT);
  • Anderson Frazão, ex-coordenador-geral de Gestão Operacional da PRF;
  • Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de Operações da PRF;
  • Antonio Melo Schlichting Junior, ex-coordenador-geral de Combate ao Crime da PRF.

A Polícia Federal, como parte dessa operação, planeja tomar depoimentos de 47 membros da PRF. As investigações abrangem crimes como prevaricação (quando um servidor público negligencia seu dever), violência política (uso de violência física, sexual ou psicológica para impedir direitos políticos) e obstrução ou interferência no processo de votação, um delito previsto no Código Eleitoral.

Cabe ressaltar que o inquérito relacionado às operações da PRF nas rodovias durante o período eleitoral foi instaurado em novembro de 2022. Este caso continua sendo acompanhado de perto pela sociedade e pelas autoridades legais, à medida que os desdobramentos judiciais continuam a se desenrolar.

*Com informações do G1.