No dia de hoje, o Doodle do Google presta homenagem a Emma Reyes, uma renomada artista colombiana, pintora, contadora de histórias e escritora. Nascida em Bogotá, na Colômbia, em 1919, Emma trilhou um caminho notável em meio a desafios e adversidades.
A infância de Emma foi marcada pela pobreza e pelo abandono. Ela cresceu em um único quarto junto com sua irmã, mãe e um jovem garoto. Contudo, aos cinco anos de idade, sua mãe abandonou a família, deixando Emma e sua irmã desamparadas. O destino as levou a um convento, onde enfrentaram novos obstáculos.
Privadas de educação formal, as meninas foram submetidas a longas horas de trabalho árduo, realizando tarefas como bordado, costura e lavagem de roupas. Após cerca de 15 anos nesse ambiente, Emma decidiu dar um passo ousado: roubou as chaves da porta do convento e fugiu em busca de um novo horizonte.
Ao longo de sua vida, Emma explorou e viveu em diversos lugares, como Buenos Aires, Montevidéu, Jerusalém, Washington, Roma e Paris, onde mergulhou na rica diversidade cultural dessas localidades. Foi durante a década de 1940 que ela passou um período significativo em Paris e Buenos Aires, tendo a oportunidade de aprender com o renomado pintor André Lhote. Sua presença artística ganhou destaque em 1947, após sua participação em um importante concurso internacional de arte na Argentina. Durante os anos 1950, ela se dedicou ao estudo com o renomado muralista Diego Rivera, no México, e, na década de 1960, dividiu seu tempo entre Israel e Itália. Eventualmente, Emma estabeleceu-se na França, onde suas obras, que retratavam a cultura latino-americana, foram amplamente elogiadas. Ela tornou-se conhecida como “mama grande” entre outros artistas latino-americanos. Seu estilo artístico era intencionalmente simples, com composições frequentemente apresentando pessoas, frutas, legumes, flores e híbridos entre seres humanos e animais.
Durante sua jornada, várias pessoas encorajaram Emma a escrever um livro e compartilhar as histórias de sua infância. No entanto, ela alegava que lhe era difícil organizar seus pensamentos, pois nunca teve acesso a uma educação formal em linguagem. Foi então que o historiador Germán Arciniegas encontrou uma solução inovadora: ele solicitou a Emma que escrevesse cartas sobre sua infância. Entre 1969 e 1997, Emma escreveu 23 cartas, que posteriormente foram compiladas e deram origem ao aclamado livro “O Livro de Emma Reyes”. Com orgulho, ela recusou-se a permitir qualquer correção nos erros de ortografia e gramática presentes na obra, pois cada falha representava uma lembrança vívida de sua difícil infância superada. Emma editou pessoalmente o livro, mas seu lançamento ocorreu apenas em 2012, após seu falecimento, privando-a do reconhecimento e dos elogios que essa obra-prima alcançaria ao redor do mundo.
Hoje, em seu aniversário, prestamos homenagem a Emma Reyes e agradecemos por compartilhar suas histórias e criações com o mundo. Sua arte e resiliência são um verdadeiro exemplo de superação e inspiração para todos nós.
*Com informações do Google.